segunda-feira, 20 de outubro de 2008

NO CAMINHO PARA CÁ

Hoje a minha tarde acontece sozinha e passa quase sem eu dar conta.
Saí de casa com uma folha cheia de recados numa mão. Na outra, a chave do jipe LD.
Fui buscar a radiografia do Tio António ao hospital (está com uma bronquite crónica), e vim à embaixada para marcar reunião com o Embaixador e com os professores da cooperação.
No caminho, uma menina chorava desesperada na berma da estrada. Como estava sozinha, parei o jipe e fui comprar-lhe uma garrafa de água. Com o meu português e com o tétum dela, percebi que o irmão tinha acabado de morrer. Aqui foi fácil parar o carro e o tempo. A minha folha cheia de recados ficou dentro do jipe e as chaves também.
Acho que a dor de perder alguém tão querido é tão forte cá como aí e, por mais que se tente, não se exprime nem em português, nem em tétum, nem em língua nenhuma. Dói e pronto.

3 comentários:

Mi disse...

Que arrepio...!
Mas que bom saber-te bem e presente em tantos bocadinhos de vidas desse lado do mundo!
xi-coração!

claudia patrocinio disse...

Minha princesinha..

De facto, perder alguem doi o mesmo em qualquer parte...
Tal como tu és a mesma seja aqui ou aí...
Mas aí parece que o tempo deixa mais espaço para o que é mais importante...
Sei que darás a cada pessoa que se cruzar no teu caminho o melhor que tens!
Fico feliz por todas elas e por ti.

Beijinho gande! Miss u*

Claudi*

MargaridaR. disse...

Bonequinha!!!

Queria tanto dar-te um Xi* muito grande*

Gosto muito muito de ti**

Parabéns** pelos teus aninhos, por ti e por seres quem és :)

*****